domingo, 15 de maio de 2011

Kindle: ter ou não ter?

Que eu sou apaixonada pela nova era digital e que não vou sentir a menor falta do cheiro do livro, não é novidade - primeiro porque eu sou alérgica, segundo porque os livros vão continuar por aí, lindões na sua estante, não se preocupe, caro apocalíptico! Entretanto, como costuma faltar mês no fim do dinheiro, ponderar é preciso na hora de escolher o seu leitor digital. Ainda não me inteirei nesse mundo, mas pretendo, então seguem as minhas últimas descobertas e agonias.

Atualmente tenho um Positivo. Apesar do que tenho ouvido por aí, acho que a Positivo não fez feio no mercado nacional de e-readers, ganhando de longe, por exemplo, da Gato Sabido - é só brincar um pouquinho com os dois para perceber. Como a gente nunca se contenta, estou de olho no Kindle por algumas razões, então é hora de ponderar.

O Positivo usa o sistema da Saraiva para compra de livros e, vamos combinar, por mais que eu seja fã da loja de carteirinha (literalmente), ainda estamos pobríssimos em catálogo de livros digitais pagos, que dirá de livros digitais gratuitos. O sistema da Saraiva também não é lá tão bom como o do Kindle. Aliás, você pode baixar o Kindle Reader para o seu PC, já que muita gente ainda lê no próprio computador (além, claro, de poder baixar o aplicativo para iPad, iPod, iPhone, Blackberry, Android e outros). O aplicativo é gratuito e, com uma conta na Amazon, você pode baixar todos os livros gratuitos disponíveis e ainda comprar os que tiver coragem.

O preço é outro ponto a favor da Amazon. Se você não quiser entrar para a lista dos bandidos sem alma (que é como as editoras vão te ver ao baixar um arquivo PDF na internet - assunto para outro post) e estiver realmente disposto a comprar seus livros online, vai pagar preços absurdos nas lojas brasileiras. O último exemplo absurdo que eu encontrei foi o fato do bestseller "Comer, Rezar, Amar", de Elizabeth Gilbert, custar cerca de 32 reais na versão digital da Saraiva e 26 reais na versão em papel da mesma loja. Alguém me explica onde foi parar a coerência? Na Amazon, o mesmo livro sai em papel por US$ 9,90, equivalente a 16 reais, dez a menos do que comprando em terras tupiniquins. Mais uma vez, coerência?

Isso sem contar que o Kindle quebra totalmente o tabu do frete da Amazon, que costuma ser absurdamente caro (já que eles cobram tanto um frete por compra quanto um frete por item). O livro digital chega ao seu Kindle, PC, iPhone ou qualquer outro dispositivo em menos de 60 segundos.

Coisa genial que eu descobri esta semana e que dá outro banho nos brasileiros: o Kindle Reader trabalha "nas nuvens", ou seja, hospeda os seus livros em cloud, por isso, ao abrir o Kindle Reader em outro dispositivo, como seu iPad (ou o iPad emprestado do seu coleguinha), basta acessar a sua conta Amazon para ler os seus livros. E melhor, de onde parou.

Mas a Amazon come criancinhas e bloqueia os seus livros sob o nome cruel e mau de DRM, certo? Certo. Os livros da Amazon possuem um cadeado do demo chamado DRM, que não deixa que ele seja lido por um dispositivo sem Kindle Reader. But then again, a loja da Saraiva também vende livros bloqueados e nós ainda gostamos deles! Sim, o problema é que você não vai conseguir ler livros deles no seu Kindle, somente os da Amazon, os livres (sem DRM) e os desbloqueados (o que vai te colocar na lista dos bandidos sem alma).

Como a Amazon ganhou nos outros pontos, a única coisa que iria me impedir de comprar um Kindle agora (além da minha conta bancária) é o fato de não poder comprar livros em português, já que o acervo de livros brasileiros na Amazon é ainda mais precário (óbvio) que o nosso. Além disso, nem todos os livros disponíveis para os americanos estão disponíveis também para os reles Latin America and Caribean. Ainda. Ainda, porque eles estão prestes a desembarcar por aqui, chegando ao Patropi até março e trazendo com eles milhares de livros lindões e, consequentemente, pressionando as editoras a liberarem mais ebooks para serem vendidos na futura amazon.com.br.

Que os deuses da leitura digital te ouçam!

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