sábado, 31 de março de 2012

Eu mato - Giorgio Faletti

Achei que este mês eu fosse ler um milhão de livros, pelo tema que é. Não que eu leia muitos livros de serial killers, mas não é um tema do qual eu seja muito alheia, afinal, Criminal Minds, Csi e todos os outros estão aí para isso. Mas isso não aconteceu. Um dos motivos, além de uma agenda lotada, uma troca de emprego e um projeto de final de curso, pode ter sido o peso de Eu Mato, de Giorgio Faletti.

Por ser muito grande, não dançara levar na bolsa, e aí as pessoas só podem morrer quando eu chegava em casa. Pelo tamanho do livro, da pra ver que morre muita gente, como todo bom serial.

Quem mata é um ser misterioso que resolve anunciar em um programa de radio todas as vitimas antes de matá-las. Mas não é tao fácil assim. As mensagens são cifradas em musicas, ou seja, cada vitima tem uma música chave que leva a ela e, para encontrar o assassino, os policiais vão ter que seguir essa trilha musical.

O livro é muito interessante e as mortes são sem duvida cenograficas, já que "ninguem", como é chamado o assassino, retira o rosto de todas as vitimas após a morte. Entretanto, achei que a escolha do assassino foi um tanto quanto aleatória. Não achei que o perfil combinasse com ele (será que eu assisti Criminal Minds demais?), mas acho que valeu a pena, principalmente pela diferença que é ler um livro italiano, para variar...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Dexter - Jeff Lindsay

Muitos já devem conhecer Dexter das telas de um seriado popular da Warner. Eu, por sorte, ainda não tinha assistido a nenhum episódio da série então pude ler o primeiro livro do mês dedicado a serial killers sem a interferência da imagem que já tinham construído dele. Dexter é um seria killer um pouquinho diferente. Ele tem aquele impulso incontornável de matar pessoas que vem com uma voz estranha no fundo da cabeça dele, mas, em consideração a seu pai adotivo, ele consegue escolher suas vítimas. Assim, só morre quem merece morrer, quem tem motivos para isso, quem não presta, e o trabalho é feito com muito esmero, sem grandes banhos de sangue e sem deixar pistas.

Para não ser pego pela polícia, além de pensar em todos os detalhes antes de cada assassinato, Dexter também cultiva uma imagem de cidadão normal perante a sociedade. Ele finge que tem uma namorada, ele finge que se importa com as pessoas, ele finge que tem sentimentos, enfim, ele finge ser normal. Sua irmã, por ironia do destino ou do autor, seguiu a carreira do pai adotivo de Dexter e virou policial. Não muito bem sucedida, é verdade, mas virou e batalha bastante para ser levada a sério no trabalho e ser transferida para o setor de homicídios.

No primeiro livro da série, uma seqüência de assassinatos chama a atenção da polícia e de Dexter. O modus operandi do assassino é tão perfeito que parece brincar com a capacidade de Dexter de resolver o caso. Sim, faltou dizer que Dexter é especialista e borrifos de sangue (blood splatter) e, por isso, também trabalha com os policiais. Para completar, todas as mortes são realizadas sem sujeira com sangue, cortes cirúrgicos e uma limpeza que mata Dexter de inveja e curiosidade. É tudo tão parecido com seu próprio modo de matar, que ele chega a se perguntar se não foi ele mesmo que matou as vítimas.

A melhor parte do livro é o texto irônico e o jeito engraçado de Dexter, que é menos desastrado que parece ter sido mostrado na série, mais sombrio e cansado da raça humana e muito mais cheios de tocs quando trata dos assassinatos. Como eu não sou ávida leitora de livros de assassinatos, Dexter foi uma grata surpresa. Espero que a seqüência de livros faça o mesmo sucesso que a seqüência de episódios da Warner.