quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

"Emma", Jane Austen

Que me desculpem todos os professores de literatura, todas as menininhas, todos os amantes da literatura britânica, mas Jane Austen é uma velha fofoqueira. Pronto, falei. Este mês, no desafio, foi a vez de livros cujo título era um nome próprio. Coloquei alguns na lista e acabei indo para Emma. Ana Karenina era grande demais para a minha falta de tempo este mês (que, além de mais curto, ainda teve uma semana de Carnaval) e Benjamim estava em falta na Travessa. Aos 45 do segundo tempo, eu acabei baixando a versão bilingüe de Emma no site da Saraiva e lendo ele no iPhone mesmo.

Eu já havia lido Persuasão, da autora, em inglês, e também não tinha ficado muito fã. Não foi ruim, mas também não me prendeu. Jane Austen é extremamente irônica e, logo de cara, achei que ia me dar muito bem com ela. Só que não.

Tanto a personagem principal de Persuasão, como Emma, me pareceram muito autobiográficas, por algum motivo. Acho que por isso eu fiquei com a impressão de que a chata era ela.

Emma mora com o pai e acabou de "perder" a empregada/babá/governanta/ama. Não, ela não morreu, só se casou, mas para a família foi como se fosse. Como ela parece não ter vida própria, Emma se ocupa da vida dos outros. Ela arranja casamentos, espalha fofocas, fala mal da vida alheia, julga as famílias menos nobres que ela e decide ser uma tia solteirona que vai só cuidar da vida alheia. Só que com palavras mais bonitas, se você perguntar para alguém que tenha gostado do livro.

Apesar de bem escrito, você vai se surpreender com a capacidade de gastar páginas e mais páginas que Jane tem para falar sobre o tempo. Todos os personagens têm um medo horrível de janelas abertas ou passeios ao ar livre, porque você pode pegar um resfriado a qualquer momento.

Emma se empenha em organizar uma festa e um monte de gente é chamada para dar palpite de onde colocar cada móvel e você, pobre leitor que só querer saber se ela vai terminar solteirona mesmo ou não, é obrigada a acompanhar todas as discussões sobre o espaço ser ou não suficiente padrão número de casais convidados para dançar. Torci para que as janelas fossem esquecidas abertas e todos morressem de pneumonia.

Novamente, eu reconheço a importância de Jane Austen para a literatura anglosaxã e juro que dei duas chances para ela, mas meu espírito jornalístico/editor só conseguia pensar em cortar metade daquelas frases e resumir aquela historia em 100 páginas. O livro tem 400, aliás.

[* - 1 estrela]

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